Raiva.
Supérflua verbosidade
me inspira serpente
de cânticos envenenados
num pasmo frívolo no meu corpo gótico.
Incerto.
Agasalho o meu destino
na profusão de um poema incurso
na minha abstinência diáfana.
Descrevo.
Rumo carcaça sem remo
até ao zénite do meu silêncio.
Sonância.
Escuto os lábios
do meu chão entumecido
de ouvidos onde desabrocha
o fim do fonema
que oscila na minha esperança.
Enfim.
Adejo na ardência
de um dia envelhecido num pranto
saracoteado no sofisma das minhas mãos órfãs
das pedras que esmagam os timbres do meu sorrir.
Quase-nada.
Chega-me o sono
que soma a minha vida de estio
numa alba de folhas caídas das ilusões
de um espelho que não sabe quem sou.
Disperso.
Desprego a alma
da cruz herege do tempo infame
onde cai a luz dos meus versos somente sombra
do ventre dos fantasmas
que hasteiam demoras nas minhas horas.
Servo.