Pernoito raiz dolente
que bebe do inferno inquieto
das minhas mãos a fé feita de pântanos.
Há quem lhe chame saudade.
Domo o azul
que chora céu aberto
ao relento do purgatório sem lei
que me faz ser não sei nódoa de medo.
É um troço de escolhas.
Apelo meu olhar
num socorro que só eu escuto
na berma da luz fechada no vento
que grito em marés desobedientes à lua.
Lobisomem contrariado.
Rapto o luar
que me afaga frio
na cilada do sentir nada
em cada alínea do meu passo raso.
Fronteira entre a realidade e o sonho.
Adio a tortura
do efeito lixo da causa alvo
na face injuriada do tempo por faltas
que não encontro nos ecos das minhas buscas.
Cita ironia o louco.
Atolo madrugadas
de espera insegura que queima
a voz outrora ilesa ao fogo do desejo
que cede incompatível ao jorro das minhas horas.
Superfície do ser.
Cavo túneis
na carência rocha de pânico
que simula a solidão nos meus lábios
sem que desenterre a paixão dos escombros
do destino erecto numa imagem de amor ausente.
Poço de sentimentos.