Quem não se inventa não existe.

BEIJO APAIXONADO

No auge de um beijo,
as palavras são rosas selvagens
de emudecimento nos nossos lábios.

As salivas
introspectivam-se sol e lua
na nossa respiração sôfrega.

Misturam-se
fogos de Marte e Vénus
numa fogueira de olhos nos olhos.

Os lábios
enfuziam-se em sintonias de amor
ao pormenor por todos os cantos da boca.

A voz adormece
em pensamentos de mar profundo
que nos avermelha as faces de loucura.

Os narizes cumprimentam-se
ofegantes neste bailado de beijos.

Tudo quanto rodeia o ser
são clarões boreais desmaiados em paixão.

Somos luz
onde só o sentimento de amar
se momentiza nesse instante furor amante.

As mãos
procuram-se insanas
pelas formas do corpo.

O ar fica um vácuo
sem chão por onde pisar
nem céu azul por onde ir.

Os olhos fecham-se
num só olhar entregue a nós.

A alma levita
numa bolha sabão
levada por borboletas
até altares emocionados de infinito.

Os corpos tocam-se
semeando suavemente
na pele ensejos de prazer
à alma exposta num suspiro quente.

A razão
mais microscópica de viver,
torna-se zoom do maior arrepio dos sentidos.

Os corações
serenatam-se canções
de amor das cigarras debaixo do luar.

O tempo
paira na garganta das sereias,
soltas pela voluptuosidade nupcial
das nossas línguas em prosa neste auge…

…de beijo apaixonado.

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