Sentado na montanha olho em frente e avisto o céu azul
Por onde imagino caminhos com suaves passos
Por onde nada me lembra e nada me esquece
Uma nuvem aproxima-se e nela pouso meus olhos e descanso
Do cansaço da caminhada até então que não foi em vão
Aprendi a diferença entre o desejo e o sonho
Desejo o que posso alcançar e sonho com o que posso desejar
Acordei para a realidade da vida e sou o principal responsável
Pela minha felicidade, e sinto o peso dessa responsabilidade
Ainda que precise de empurrões não desisto, há sempre um empurrão
Sentado na montanha olho por entre os vales e penso, como é complicada a vida
Tal como neste horizonte de altos e baixos sou como um rio
Sempre a descer por açudes calmos
Por desfiladeiros e em cascata dou quedas a pique e choco na foz ao mar
Onde me dissolvo numa dança erótica com as ondas
Ondulando meu corpo e espalhando-me na praia do prazer
Na praia sentado olho o horizonte ao pôr-do-sol e penso
Depois daquela linha ali perto tão longe
Está a minha alma e a minha metade com ela
Paro, fecho os olhos e sinto o resto de mim a saborear as ondas
Ao encontro de quem me encontrou e parto em perseguição ao sol.
Embarco meu corpo para uma viagem aos confins do universo
Onde cada toque é um verso e cada olhar uma prosa
Vadias, as minhas mãos vagueiam nos contornos na poesia
Absorvendo-a tão macia.
Data | 03-10-2010 |
De | Dulce Gonçalves |
Assunto | Não importa a forma... |
Seja em forma de poesia ou não, quando escreves "...cada toque é um verso e cada olhar uma prosa". Mais uma bela obra de arte. Obrigada.
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Data | 03-10-2010 |
De | Dolores Jardim |
Assunto | Re:Não importa a forma... |
São sempre belas suas palavras...sua alma com certeza é assim.
Nota-se através de seu sorriso!
Lindooooooooooo,demais.
Obrigada,pela partilha
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Data | 03-10-2010 |
De | Custódia |
Assunto | cada toque um verso... |
Como fiquei deveras indecisa entra o fervor da poesia e a carícia da prosa, escolho esta prosa poética que contém a intensidade de uma e a suavidade da outra.
Uma planície de dourado vestida, de onde se vislumbra uma tempestade de paixão, onde dançam, incandescentes, os relâmpagos que escrevem a fogo as letras com que se soletra a palavra amor.
Uma praia onde morrem e ressuscitam as ondas do meu destino tecido por sonhos de alva espuma, entrelaçada de conchas que flutuam ao sabor do meu querer.
Obrigada por esta maravilhosa "paisagem"!
Um beijo suave de ferverosa admiração!