Quem não se inventa não existe.

CRIANÇA DE UM DIA MAGIA

Lágrimas vão cascata
nos penhascos das minhas montanhas
interiores.

Fui charco dando colo
ao suspiro da lua aos pés da dor que cresceu névoa
além ver do olhar.

Fui rio no abrir caminho
num outrora alucinação,
praia nua sem mar.

Sou farol
na maré do meu estar cata-vento
sem vento num corredor sem norte
nem portas por onde fugir,
emergir.

Fui ceara reluzente
quando brincava prado fresco,
criança de um dia magia.

Chorei sonhos neste aquele então
daninho erva seca de pó estaladiço
na lama da água que não bebi gente,
senão adulto carente.

Morei ausente,
poeta nas fontes cristalinas
do berço da alma que me embalara
inocente embalo de homem.

Aprendi a amar sem abrigo
por entre o frio que sepultou a esperança
no esporão do meu voar paisagens de saudade,
puberdade.

Sou fome de ontem
sorrir sem fingir medo,
sem segredo o prazer que me saciava a pele,
fui fel.

Fui semente de amanhãs
que fizeram versos sem trigo
no silêncio dos pássaros velando o luto
de um arco-íris apagado das minhas mãos.

Vivo poesia colhida de um ninho de paixão.

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