É brutal
a violência
que me derruba
na saliva dos desejos.
Encaixo-me num labirinto
de insultos nas culpas da dor oculta
de uma saudade perscrutada nos castigos
arrefecidos num suspiro refugiado na solidão
que me agride o arrependimento com lamentos.
Dito horas sofridas
nos documentários dolentes
que profanam as noites entre açoites
de pesadelos que estimulam o meu envelhecimento.
Acordo na realidade
incompetente que alcança o meu peito,
questionando a liberdade da alma na cadeia do corpo,
num conflito sem contestação que resguarda o meu eu.
Adormece-me o sangue
no arremesso ao nada do meu olhar
sem unanimidade nos sentidos dissentidos
entre o real e o irreal que avançam condenados,
à incerteza numa caça ao destino limitado no grito
dos meus punhos escondidos nas palavras de tom impróprio
que transportam o ódio na perseguição que me componho colérico.