Quem não se inventa não existe.

CUMPLICIDADE PELE A PELE

Nasceu do silêncio

um sentimento de ti,

um sentimento repleto de ti,

uma força que me empurra para os teus braços.

 

Abandonas sobre mim o perfume das rosas.

 

Teus passos

são ventos que movem

as minhas caravelas interiores.

 

Toda tu és mar,

todo eu sou navegante de todas as tuas marés.

 

És toda um mundo,

todos os teus recantos terão o meu beijo.

 

Escondo a minha sina nas palmas das tuas mãos.

 

Deixo o meu sorriso

passear pelos teus ombros,

provo a tua pele de forma ofegante.

 

Amo-te loucamente,

quero ser mais do que teu amante.

 

Nos meus lábios

espero a tua boca tão cheia de amor,

tão cheia de palavras ditas nos meus lábios.

 

Murmuramos cumplicidade pele a pele.

 

O meu corpo

habita no teu sexo aberto só para mim.

 

O cais da minha alma é os teus olhos.

 

Dentro do teu beijo

morrem as dores antigas,

é no teu beijo que escrevo novas cantigas.

 

É no teu olhar que sou homem.

 

As mentiras do passado

são esquecidas mutuamente

num olhar apaixonado.

 

Atravessamos

a luz de mão dada,

de dedos apontados

à mesma direcção lado a lado.

 

Chegamos de tão longe para chegarmos a nós.

 

A vida será um ápice,

mas este momento de amor será eternidade.

 

Andamos por tantas ausências,

percorremos o fio de mil fantasias,

foram tantos os retalhos de nós

que tivemos de deixar para trás.

 

Foram tantas as vezes

que por nós chamamos

sem saber dos nossos nomes.

 

Sonhei tanto contigo nas minhas fomes.

 

Agora de mãos juntas,

entrelaçamos os dedos numa palavra oceânica.

 

Uma palavra que alimenta todas as palavras.

 

Amor.

 

Caminhamos

sobre musgo de medo,

enfrentamos danças de solidão.

 

Arranhamos o chão

com nossos passos rastejantes de sofrer.

 

Foram tantos os céus ruíram nos nossos gritos.

 

Sofremos tanto.

 

Agora,

que desfizemos a distância

tornamos as pedras tão leves.

 

Agora,

que desfolhamos nossas almas

poderemos adormecer onde o sol se põe,

dormiremos abraçados enquanto a lua cala a noite.

 

De corpos

fundidos num só corpo,

subimos ao norte da vida,

prendemo-nos ao tempo imortais.

 

Dentro de nós,

está o silêncio que nos espraia

num beijo infinito.   

Comentários

Data 01-11-2010
De Dulce Gonçalves
Assunto cumplicidades

Poeta, abandonei-me ao sabor das tuas palavras, e sem saber como dupliquei-me nesta tua cumplicidade e... "Escondo a minha sina nas palmas das tuas mãos." Lindo poema.

Data 31-10-2010
De Odete Ferreira
Assunto Cumplicidade...

Amor, paixão...confissão! Poeta especialista na área!!! :)

 

© 2010 Todos os direitos reservados.

Crie o seu site grátisWebnode