Quem não se inventa não existe.

DEPOIS DA SAUDADE

Sinto-me tão feliz
que não encontro palavras
para escrever esta dimensão melíflua
que me faz doer os lábios de tanto sorrir.

Não encontro tons nas palavras
para que a minha voz fale este infinito
que me levita até aos confins do céu azul.

Estou tão feliz
que nem reconheço
o meu próprio rosto no espelho.

Talvez ser Deus
seja esta paz imensa
que me fricciona a pele com tanta alegria.

Talvez o paraíso
seja este sorriso rasgado descontroladamente.

Sentir-me bem comigo
é um desmaio sobre pétalas
com perfumes de ser gente que sente.

É amar e voar horizontes,
é beber das fontes mais frescas
a água que faz a vida valer a pena.

É sentir no ego as asas dos anjos
que jubilam o amor depois da saudade.

Estou tão feliz
que até me falham as pernas
neste sonho tão real, tão acordado
na orla dos sentimentos que me levam tão leve.

Estremece o caminho
de emoção intensa que quase nem sinto o chão.

O corpo deixa de expirar o ar,
a alma inspira a luz deste momento de reencontro.

Sinto felicidade
de tamanho inebriante,
fazendo-me sentir louco e tonto
como quem cai doidamente livre
por um túnel interminável de flores lindas.

Sinto-me cair pelo tempo
por onde refulgem raios solares
brincando como crianças alheias à tristeza
num recreio celestial onde tudo é deslumbrante.

É um ir pelo universo
sem qualquer apreensão,
é como quem viaja pela musica
do sempre sentindo sensações de segurança.

Esta alegria
é um sentir a verdade,
é sentir que tudo tem ninho na minha mão.

Depois da saudade a verdade é amor.

Neste estar tão contente
não tenho fome nem sede,
alimento-me dos jorros interiores
que saciam o meu ser com néctar de poesia.

Depois da saudade
não tenho sono nem dor,
tenho o despertar da vida ao peito,
à dor dou-lhe o meu nome no prazer de me reencontrar.

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