Sou poeta que distribui estilhaços
De palavras em direcção oposta
Ao sentido que pertence os meus passos
Numa explosão enigmática sem resposta
Embora o céu generoso
Me recue o peito desarmado
No meu apetite tenebroso
Em reflexos de dor indignado
Escrevo vontades diferenciadas
Por aqui e acolá de desejos disjuntivos
De personagens ensolaradas
Em metáforas de mortos vivos
Escrevo em deslize de poeta
Guardião do templo dos amantes
Suporto a contradição de profeta
Desmaiado em pensamentos jusantes