Entre nenhures e algures,
disperso-me lugar de nada vazio cheio de tudo.
Entre mim e eu,
apartes ásperos e ressalvas suaves
comiseram a modéstia moléstia das palavras.
Meus dedos
são segredos tarados,
são larvas que não darão mais borboletas.
Desapego
o desassossego
em puxões anões
que me invertem o desatar
dos sentidos na hipnose dos serões.
Desesperances alcances,
almofadados de defeito onde deito a eito
a cabeça no abismo que sismo em me atirar.
O sol
ri-se num rol louco
de pedacinhos de sorriso rouco.
Invento
saber a pouco pousar
neste pesar de poses tontas
que me reviram os olhos em molhos de ócio.
Condói-me o luar
já sem ar neste mar de relógios,
parados num fio de lágrimas justas.
Dói-me
o vento passar óperas
num manifesto de silêncio,
rendilhado em teias de esconde-esconde.
De nevoeiro em nevoeiro,
grito faróis desconcertados por luz rabugenta.
De sombra em sombra,
escrevo o poema inspirado de não
pela mão da alma rezingona de si para si,
rasgando-me por inteiro com praxes de poeta.