Quero iluminar-me
de consciência e abranger
o amor sem preterir a paixão.
Esclareço o escuro
em que me vejo socorrido
pela vontade encorpada de amar.
Afronto o medo
exorcizado de uma loucura
que faz estrondo nos meus traumas.
Espanco o silêncio
ateado no fogo das minhas mãos,
saqueadas do eco tenebroso no vendaval
dos gritos apoquentados das minhas ânsias.
Quero dar-me
ao infinito para me receber eternamente.
Friso nas traseiras
do meu curso o esquecimento
dos fantasmas à vista na poluição
de revolta que extraio da reciclagem
do meu ser andante pelos protestos da alma.
Despejo os lamentos
nas nuvens verbais que chocam
com o meu sorriso em escândalos
do meu momento descontado nas falésias do ego.
Restauro a nitidez
das coisas breves para ser fiel
ao imenso que amplia o norte dos meus sentimentos.