
Vivo no deserto e sou vizinho
Dos fosseis bons momentos de outrora
Fazendo supor que este tempo está morto
Em canais lisos polidos por sorrisos
O volume da minha responsabilidade
É assumir as rugas que escrevem o passado
Derramado em gargalhadas fundidas de inocência
Numa numerosa prova de presença
E sobre um manto de esperança
As noites eram encetadas de prazeres
Descobertos e amontoados nos sonhos
Que hoje são resíduos sem rasto
Esculpo os rochedos de saudade vasta
Que eleva no deserto muralhas em ruína
À velocidade imedível do envelhecimento
No tempo que se escreve lentamente