Quem não se inventa não existe.

QUANDO O AMOR É TRISTEZA

Quando o amor é tristeza.

 

A noite é uma tortura de insónia

que me trucida com almofadas espinhosas.

 

O escuro do quarto

é um pesadelo onde a cama

é uma sepultura com lápides inscritas de solidão.

 

As horas são tonturas

onde cada instante é uma serpente venenosa

que morde o desejo com fogo que dói na alma.

 

O brilho das estrelas,

desaparece humedecido

por uma lágrima que grita

pelo rosto onde a paixão já não arde.

 

O olhar fica um fosso,

onde me morre o corpo

num cigarro mil vezes fumado.

 

Quando o amor é distância.

 

O dia é um longe

onde não me encontro gente.

 

Pensar é um abismo

por onde me caem as mãos vazias

numa canção de lençol frio que sinto na pele.

 

Os horizontes

são letras fantasmas

sem lugar onde pousar na minha voz.

 

Saem de mim choros

que se perdem por becos

sem saída na madrugada apagada.

 

A vida

que me rodeia

é um touro enfurecido

na arena da poesia que suspiro calado.

 

Quando o amor é saudade.

 

O meu sorriso

é um chão de vidros quebrados

por onde caminha o meu silêncio descalço.

 

O vento

é uma estrada à beira de nada

por onde os meus pulsos se bandeiam.

 

A esperança

é um farol por entre nevoeiros

de ausência cuja densidade é carência de amar.

 

Uma falta

que em mim são lâminas

que soltam o sangue das marés

sofridas neste mar crespamente inanimado.

 

Quando o amor é adeus.

 

O céu cai lamento

sobre a terra gemida de lama.

 

O Eu são volts

em curto-circuito no eco da luz

que me guia ao altar do meu óbito.

Comentários

Data 06-10-2010
De Ana nobre
Assunto Quando o amor é tristeza

Boa noite Herinque Fernandes como sempre grandíssimo poeta.Desde o primeiro poema até este ñ há dúvida que tem que passar pra uma editora isto caso ainda n~tenha feito, desabafo meu por tar encantada. um bjs

 

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