Quem não se inventa não existe.

QUIMERAS DE POETA

Ouço as vozes,
secretas de um amor
que dorme nas vielas sem saída,
onde esbarram ausentes os meus sentimentos
que explodem na gaveta do passado em gritos abafados,
garridos de angustia vestindo a minha face de revolta nua
num nó de escuridão.

Desato as mãos
pela ravina de um espinho
que mora no meu peito dormente,
subindo os degraus de uma escada de lágrimas
que se arrastam em silêncio de desencanto vadio.

Aguardo-me em pensamentos
dolorosos nos quês da minha caverna,
tentando ouvir os gemidos do tempo ilusório
que me escurece ilusões na recusa de amor.

Sou fogo naufragado
em palavras inacabadas
procurando o absurdo nas quimeras
de poeta.

Sou cruel para com a realidade
do muro alto que trava as minhas emoções
com o áspero de saudade sem refúgio,
mascando os ponteiros esquecidos do meu relógio
violando o caderno de letras embriagadas do meu olhar.

Crucifico-me sobre o que é
e o que poderia ter sido.

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