Quem não se inventa não existe.

RAIZ DO SILÊNCIO

Respiro
o pecado despido
na raiz do silêncio.

Refugio-me
no pensamento
contagiado por palavrões
recheados por culpa inocente.

Saudade
dita na voz
de uma lágrima
cravada na pose de uma dor
agarrada ao chão que esbraceja
o fim dos remorsos olhos nos olhos.

Sou fantasma
com o reflexo amovível
à distância diluída na água
enlameada por acontecer insípido
que converte o Sol em jejum de verdade.

Sou visível
no gelo de um murmúrio
tracejado no assobio do destino.

Sou audível
no fio de uma navalha
que me tortura o paraíso
pautado na sombra hospedada
no frio das minhas mãos assustadas.

O longe
acompanha o sorriso
mergulhado na realidade
das flores murchas do meu acontecer.

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