Não fiques triste,
não chores para que me afogue
nessa escada escura por onde sobem os teus pesadelos.
Tuas lágrimas são água
que não engana a minha sede de te amar,
tua tristeza é uma carícia de adeus.
Ver-te assim tão triste faz-me sentir impuro,
incapaz ser qualquer coisa que te anime.
Se os dias da tua alma são de chuva,
sinto estridentes culpas bordadas de metal vil.
Repousa o olhar dos dilúvios que te entrelaçam à solidão.
Deixa-me satisfazer-te os lábios
com silêncios onde respirarás novos fôlegos,
entrega-te à força que o amor em nós derrama.
Sente os sopros das estrelas dos meus pensamentos,
sente como te pertencem as minhas mãos.
Não te sintas triste.
Toma-te parte do crescimento das árvores,
voa com os pássaros a luz dos dias,
harmoniza-te com os momentos da vida
como se fosses uma folha ao vento.
Vem para o meu lado,
vem dançar nas festas que o meu amor por ti faz.
Olha como caio no vazio
se minhas palavras não te são primavera,
olha como sou pedra se o teu olhar não me sorri.
Não chores,
não percas o tempo
porque ele corre mais depressa que tu.
Renasce dessa dor cinzenta que te pune,
perdoa a penumbra do teu pensamento.
Impõe limites à escuridão
que te acerca perfumada de veneno
que te envenena com descontinuar.
Escapa-te pelo meu abraço,
cala as tristezas com as promessas que te faço.
Não meças mais as distâncias que jejuas nesse sofrimento.
Acende-te no sol dos meus olhos que são por ti que eles brilham.
Data | 15-04-2011 |
De | Fátinha |
Assunto | Uma bonita poesia! |
Muito bonita e escrita como um mar calmo em dia de algum azedume interior saído do coração.Gostei muito linda