Quem não se inventa não existe.

SEM SOMBRA NEM SOL

A culpa morre casada
comigo viúvo da inocência.

Haja paz
em meu redor,
já que dentro de mim
os tumultos esventram o meu ego.

Sinto-me menos um
no extremo em que estou a mais.

Ser eu próprio é o princípio
de uma metamorfose de solidão
nos fins que me suscitam voar cego
sobre a vertigem de um penhasco de silêncio.

A culpa
é um vazio
que interpreta mal
o rosnar da minha raiva interior.

Estar
certo comigo
é um erro fatal
na goela desidratada
dos sentimentos que gritam crucificados
na sequidão dos cactos que me abraçam másculos.

Os desejos
sem alma gémea
são dor num deserto
sem sombra nem sol
que se estende no gume do meu olhar.

Sou eu quem me mata.

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