Entre muitos nomes, também me chamo Henrique.
E Henrique serei.
Enriquecerei nas gavetas onde guardo o tesouro do tempo.
Absorvo todo o lucro já com mofo no armário das dores, que teceram o que deixei de querer.
É com charme e com orgulho que abro o cofre das memórias, mesmo as mais irrisórias, são o ganha-pão da esperança.
Recordo de quando fui criança, a quanta criança fui.
Mudou-se o tempo, mudou-se o meu tamanho, mas mantenho a crença que me enriquece, o amor.
Em estilo adulto, oriento-me por um relógio de poesia que elogio em prosa.
Não abdico do cor-de-rosa do sonho que componho em cada olhar o Céu azul numa dose véu que me esconde.
Hoje poeta, as palavras são uma gôndola que se passeia jóia calma na Veneza da minha alma romântica.
Quero descobrir a Atlântida, submergida na minha tragédia humana, unindo-me à morte.
Ainda sem passaporte, a morte que se sente, ainda vou demorar a que me legue.
Tenho muito por amar, muito por viver e outro tanto pelo que morrer.
Sou Henrique e (H)enriquecerei.