Gritos
sincopados
pagodeiam anuências gagas
que desbastam o nunca do meu olhar.
Vociferam
vozes Lúciferes
que untam calendários
de dor com horrores vedados
no escuro declamado em fogueira
semelhante à multidão que me esqueceu.
Desprendo-me
do estarei lá que não entendo
sem saber o que é feito de mim
neste poço oral que designa o depois
ditongo atolado de bagas de fés agitadas.
Escolho-me
ramo despido
pelos dialectos da noite
abreviada nua no refúgio da alma
que arde no deserto supliciado pela poesia.
Soletro-me
Ensandecido pela luz
que teima escrever versos de água suja
nos confins do meu ego em remoinhos de pensar.
Tenebrosas
sílabas rasgam a pessoa
que me conheço corpo vil
na ponta do meu lápis ferido
pela calma atroz que me agarra à foz
dos dias que eu só queria ser eu por um dia.