Às vezes vivo, às vezes não
Sou julgado ao vento
E o que não digo é a minha razão
Soprado por marés de sentimento
Cresço ao nível do quanto vejo
Meus olhos tiram a medida do louco que sou
Rebolo nos espinhos do berço do desejo
Repescando a memória que o horizonte me roubou
O silêncio é um gesto que me faz homem
Caminho por um adeus até onde nunca cheguei
Pelos sonhos que me decoram e consomem
Descontando á conta de tudo quanto não sei
O meu lugar ideal seria noutra dimensão
Estar vivo é a única certeza que tenho
Mas estou embrulhado num destino sem opção
Sou natureza que dos sonhos não me abstenho