Quem não se inventa não existe.

ADÃO PANTUFAS DO DIABO

Má-língua.

Tacanha estima,
onde se roça o ódio torcido
na distância dos olhos demorados no infinito.

Verde aflito num azul longínquo.

Audaz injúria,
tamanha tocha sem lume,
desune o fruto do seu sabor tenro.

Segredam salivas
na multidão cega a estupidez.

Repugnante elástico
nos vomita ao ouvido a mentira.

Imatura praga,
detritos sem castigo inteligível,
mudez objecto da nudez do nada.

Mães enxertadas
no esquecimento da inocência,
filhos pecados na floresta do afastamento.

Gozos surripiados,
palavras escondidas na desordem do vazio.

Tépido mal,
abismos de sangue
lapidam a ferida contrária ao amor.

Inversos da alma,
desertos de orgulho aprisionam a luz,
desventurada ira opõe o corpo ao medo.

Obscenos acenos,
alforge de gostos castos,
incontinentes futilidades serenas,
transbordam venenos babados de cólera.

Estrelas severas
encandeiam pastos densos,
ventos de amargura semeiam migalhas
de sombras que colhem o desdém da língua.

Bafam as mãos ao rosto
cócigas de dor perdida dos limites,
desvairadamente borda fora a perda.

Mata-te,
arrasta-te pela lama,
liberta-te da cultura ímpia.

Emprenha-te da vida,
renasce daquilo que tornaste cinza.

Ressuscita
e terás o meu perdão.

Adão pantufas do Diabo…

Comentários

Não foram encontrados comentários.
 

© 2010 Todos os direitos reservados.

Crie o seu site grátisWebnode