Alinho-me
por entre o glamour da noite
e o sorriso da saudade esbelta
num açoite beijo de amor.
São feias as ideias às avessas
com as candeias revoltas
nas promessas dos talvez
que sustento apanágio
na pirâmide dos sentimentos
de desperdício.
Atrevo-me vício lunático
pelos proventos da alma
num conto de fadas perversas
ao ténue aceitar os remorsos da vida real.
Exalto a cura do Eu
usurpando verbos de ódio
num último suspiro sonâmbulo
que me afaga esperança
sinuosamente ócio saltimbanco
que me valha guerreiro,
fugindo de espadas amargas
no grito casto da emoção.
Chego lógica inexacta
em serenas maneiras de ser poeta
sem saber em qual toca me uiva
a virtude do tempo.
Perco-me rasto
nas expressões do medo
que em mim treme ansioso.
Sinto-me um antes
sorvido pelo decifrar do destino.
Ai de mim loucura
de um tino datado no fogo da morte
que em mim arde poesia.
Choro adeus a Deus
por entre os escombros dos céus,
onde peca a multidão fátua que apalavro
no funeral da minha voz caída pó
sob o tecto do vazio
numa vertigem de silêncio.