Não sou por ser,
sou viver sou sentir, sonho.
Só existir é artificial,
é sorrir sem graça a respirar pesar.
Basta,
que tristeza sinto
a não ser bem-vindo dentro de mim.
Estou a mais
neste enjoo de sentimentos
que purgo ao sentir-me evitado.
Entre mim
falta a recíproca do Eu desejo
que traz por penúria frustrações
que em mim se arrojam paixão que não existe.
Dou comigo
a amar derrocadas insatisfeitas
de uma alma gémea que não resiste, afastamento.
Saturei
de perder bons momentos
nas sempre percas de tempo
que me recheou sentir mal de ser Eu o mal.
Tento ser frio
para não violar
nem sujar a alma de quem amo.
Amar é o suficiente para partir.
Não quero morrer na vivacidade do meu ser.
Ninguém tem de moer
os meus vulcões interiores,
mas também não quero transformar-me
numa ilha de gelo flutuante por um mar vazio
onde as correntes me arrastam ao suicídio da alma.
Amar é a lágrima que choro.