Amar é um nó.
Quando desatado por um beijo,
é um arrepio rebelde.
Percorre-nos a pele
com fantasia sem ficção.
Textura de loucura
por onde cresce o sabor a mel das noites.
É sentimento de fogo e luz.
Quando desatado por um olhar,
é um íman das almas.
Um gourmet dos corpos.
Converte-nos
os braços em flores ingénuas,
num jardim de rosas sem espinhos.
Pensamentos,
pousam frenéticos na cama do tempo…
… A dois.
É sentimento de sol e lua.
Quando desatado por uma carícia,
é uma andança sobre pérolas
que são o trunfo do próprio desejo das mãos.
Sinas
conquistam entre si o destino,
preenchido por cata-ventos de verdade.
É sentimento de céu e mar.
Quando desatado por um poema,
é voz perfumada de ser.
Melodia
que se faz ouvir
na volúpia das palavras.
Eco que nos interliga os egos
em confins celestes.
É um estado maravilhoso.
Imortalidade
onde versos de amor seduzem o silêncio.
É sentimento de sonho e infinito.
Quando desatado por saudade,
é vento que sopra o querer
num oásis de água translúcida.
Sede que nos encanta
o vazio com certeza de amar.
É sentimento de amor e paixão.
Quando desatado por ciúme,
é chicote de vulcões.
Erupção de gelo
no nosso sangue coagulado,
num deserto de lágrimas enxugadas por ódio.
É sentimento de nada e adeus.
Amar é um nó…