Quem não se inventa não existe.

CAMA DE AMOR QUE NÃO SOUBE FAZER

Escuto no rebentar das ondas o mar desolado.

Uma melancolia onde a tua alma nada em nada.

Chama-me o teu grito contra as rochas.

 

Recebo ferozmente o vento

que tua voz sopra vinda de um vazio.

Um eco triste por onde andas perdida.

 

Tento abraçar-te como um arco-íris

para que te abrigues da tempestade no meu colo.

 

Sinto em ti

as pedras inquietas

que marcam a fronteira

entre os nossos corpos distantes.

 

Passeio pelo areal de lágrimas

que teus pisam tornado ao meu encontro.

 

Perdi-te na folhagem seca

de uma árvore abandonada ao Outono.

 

Renasço do tempo que nos separa.

 

Procuro teus beijos

por entre o nevoeiro de sentimentos

onde desentendemos o nosso amar.

 

Minhas mãos de poesia,

escrevem faróis na linha do horizonte

sem que aviste o resplandecer do teu sorriso.

 

Sou náufrago nesta maresia de saudade.

 

Teus olhos

são marés sofridas,

torrentes acorrentadas ao sul

que esconde em ti o meu norte.

 

No azul do céu sucedem-se nuvens

em trajes de noivas no altar esquecidas.

 

As flores desabrocham

primaveras apodrecidas na tua ausência.

 

Anjos choram sobre o meu peito.

 

Declamam à dor

esperanças do teu voltar

à cama de amor que não soube fazer.

 

A noite é um deserto de almofadas frias.

Decoradas de estrelas apagadas no meu olhar.

 

Outrora meus olhos

foram brilhos bordados pelos nossos beijos.

 

Sem saber por andas,

procurar-te-ei por mil mundos,

remexerei todos os meus profundos

para encontrar-te.

 

Amar-te com todo aquele amor

de quando me procuraste.

 

Com todo aquele amor

que em mim encontraste

e eu não soube amar-te.

Comentários

Data 09-12-2010
De Luzia Pinto
Assunto Passeio

Passeio pelo areal de lágrimas
que teus pisam tornado ao meu encontro.
Lindo...


Data 09-12-2010
De marialds
Assunto poesia

Esta poesia é linda reporta a um amor não apreciado só visto quando perdido.
Lindo!

 

© 2010 Todos os direitos reservados.

Crie o seu site grátisWebnode