Quem não se inventa não existe.

CÁRCERE

Exorto ao socorro
destrancado na primazia nocturna
que persegue as galáxias do meu estar.

Esquecida vida
me apoquenta soturna
no antro dos medos flácidos.

Desarrumo dor em queda
que fere a clonagem das estrelas
no pólo íntimo dos meus frios ácidos.

Convencido de nada
inverto a agonia grosseira
no escombro iminente que povoa
a eira da minha alma viciada em tudo.

Derroco o fogo num cenário vadio, mudo.

Turva água adubada
em leito de desejo incumprido
na sola dos meus ecos falhados.

Saque de fé
das rezas incontinentes,
que gritam as grutas do fim ignoto
na maré da raiva que lasca o ego da barba.

Soterro a voz
nos mosaicos do tempo
ancorado nas correntes do saber
assinado de rugas por alhadas semblantes.

Difuso resgate
das mãos do cárcere lânguido
das genicas da mente desmaiada
no esmeril dos ontem castrados da fama.

Seca luz bisturi
que me escreve nos olhos
a catástrofe da ordem da morte.

Sorte de quem ama.

Disciplinado caos
na estrofe do vento papa-léguas.

Antígono castigo
me afunila reincidente.

Amante.

Néscias tréguas
esfumadas em teses de lixo
me fraseiam no abuso das palavras,
sepultadas no pó dos livros por escrever.

Forjada forra me desforra
leitura forreta das vísceras do Eu.

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