Quem não se inventa não existe.

CATEDRAL DE HORRORES, O OUTRO LADO DO SILÊNCIO

Serôdia saudade

me avulta sal às lágrimas

numa tabuada desperdiçada em solidões.

Isolamentos escritos à mão

de mananciais crus do passado

que me envelhece os cadernos nus da alma.

Cadernos de mofos incontidos

numa senda de lembranças peneiradas

em tesouros apalavrados de escassa fulgência.

Alcovas de vento dão lustre ao suspiro

que me enverniza o silêncio com agnosticismo.

Lustres são donzelas

qual jóia me torture o pescoço

com versos do meu reverso prolixo.

O mar enrola-se no meu olhar

com invernos de avental conspurco

por momentos estátua sucumbidos ao gelo.

Durmo em cama de fogo em coma

numa tela onde os pincéis foram sonhos.

Utopias de lã falante

em sola gasta na calçada do meu acordar.

Tela onde as cores

são sentimentos andantes

de pedra em pedra pelo labirinto do infinito.

Distâncias que me empurram

o pensamento para dentro de mim.

Sinto-me em casa

quando a noite cai sobre o pulso

da poesia que me aquece as vozes

do muro que veda o tempo excessivamente.

Vazios gritam

numa catedral de horrores

nas mãos sábias de uma avó

que engendro em vultos para me aconselhar

dos escudos onde escondo hipérboles de sentir.

Melindres febris

tendem pôr-me os pés

em emoções sombra num golfo

de manhãs sem alçapão para a razão.

Aprendi voar vertigens

do sol fechado nas veias de um abismo

impulsivo no meu sangue de riso espontâneo.

Meu coração bate

vindo ao de cima num charco de amor

onde beijos repentinos são sofrimentos

de rotina amadurecida no tremor dos lábios.  

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