Rende-se a tristeza
à cara da distância que nos emudece.
Fico em Marte
arrependido dos choros que te causei.
Escondo-me
na noite da lua com as palavras
de amor que querias ouvir e não disse.
Foço do sol
o meu caderno para te escrever
em fogueiras a minha culpa.
Estás agora num cais
que eu esculpi no pólo norte
com a minha incerteza de amar-te.
Eras tu o oásis
no deserto da minha vida,
mas não te vi por entre os cactos.
Eras tu a mulher
que meu corpo buscava iludido de flores,
mas não te senti por entre as pétalas caídas
no Outono em que minha alma se encontrava.
Teu amor era de juba alta
e eu fui um rato assustado.
Teu amor
era de estrelas cadentes,
mas eu estava vendado por múmias do passado.
Teu amor era de mulher,
mas não fui homem à altura da tua entrega.
Deixei-te em Vénus à minha espera
com a solidão com que te apedrejei.
Quero encurtar esta distância que nos aparta.
Vamos começar de novo o caminho
que me ensinaste pisar cavalheiro do teu olhar.
Vamos reorganizar as cartas
que o meu medo baralhou ao destino.
Ontem eras cedo
nos serões impossíveis dos meus sonhos.
Amanhã talvez sejas tarde de mais
nos meus poemas frios do dia-a-dia.
Hoje espero ser capaz
de te amar com o amor que me ensinaste.
Data | 10-10-2010 |
De | arminda griff |
Assunto | Cavalheiro do teu olhar. |
Aos poucos vou lendo,o que ainda não conheço.
Hoje gosto deste.