Quem não se inventa não existe.

DEVOLVE-ME À VISÃO O TEU LUAR

Estende-me a mão,
recolhe-me deste escuro
albergado na quimera do meu olhar.

Devolve-me à visão o teu luar.

Vem-me salvar.

Desafoga-me
desta água turva
que corre insípida nas minhas lágrimas.

Sopra-me o teu amor.

Afasta as nuvens
desta trovoada de tristeza interior.

Seca-me
dos aguaceiros de dor
que descem a temperatura do meu rosto.

Perdi o ser Agosto.

Faz-me entrar em ti.

Despenha-me no jardim do teu prazer.

Dá-me luz.

Faz-me estrela no cintilar do teu ser.

Desmente o holocausto
do desejo inquieto nesta cama vazia.

Amordaça-me o silêncio
desta cruz de fogo na fuga
da paixão que a ânsia tenta matar.

Fala-me com o teu corpo.

Faz o amor comigo a gosto.

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