Efabulante analogia
entre repentes céus decompostos
e infernos de lumes postos ao acaso
no Sábado dos olhos.
Olhares
desfragmentados
em mera irreverência,
sobre refrães de ânsia inestéticos
no hangar do corpo desembrulhado ao norte.
Ousada boca,
feita de óculos pardos
por detrás de visões acrobatas,
dançando dimensões mortais
numa cadeira de bichos-carpinteiros.
Pomposa
sombra amarga
semeia silêncios em tons de lassidão
ao relento de musicalidades de cores cruas.
Abismos
narrados na inércia
do arco-íris ruborizam crepúsculos,
infantilmente mordazes de boné mental.
Egos ocos,
empalhados em ecos pedantes
esmagam posses de nada arrancado
de quotidianas noites num recital de mentol
à testa do tempo.
Prefácios
semifendidos,
crescem séculos de fim
na voz ruminante dos versos
inundados em ruídos de alma solúvel
na maré de um mar deposto em grito.
Ventos de gente
em formato animal
assombram os encantos
de um jardim de mundos com palcos
de rua improvisada para expressar a morte.
Sorrisos
estampados nas margens
de um rio de correntes malabaristas,
saltadas por crianças de fogueiras em punho
que nos assaltam o ritmo do tédio.
Bastidores de mãe triste
rendilham masmorras de cabelo branco
no poema da face por onde deambula a idade
paralela às lágrimas desovadas do ser.