Quem não se inventa não existe.

ESTOU A MAIS EM TI

Quantas amantes

terei de ter para que percebas

esta falta imensa de ti no meu corpo?

 

Não queres saber

que eu morra ou viva

entre as pernas de outra mulher.

 

Apenas me atiras ao nada.

 

Quantos copos de whisky

terei de esvaziar para que ouças

o choro da saudade nos meus lábios

sobre a boca sorridente de uma qualquer?

 

Abandonas-me

a tentação da carne

à sede de outro alguém

que descobrirá a tristeza das minhas mãos.

 

Numa cama gélida

por ti feita negligentemente.

 

Quantas veias mais

terei de cortar para que vejas

a solidão dos meus olhos a vadiar

na maquilhagem barata de uma prostituta

que em seu ombro vaza-se a tua ausência?

 

Largas-me ao lixo

onde invento paixões a soldo

para ocupar o vazio penumbroso

que a tua ignorância em mim deixa.

 

Quantas mentiras mais

tenho de te contar para que pares

na tua recta egoísta e lembres que ainda existo?

 

Matas-me o sorriso

com distâncias glaciares

onde sangram meus versos sem sentido de ti.

 

Quantos cabelos mais

terei de me arrancar à noite

para que esta dor de me evitares

não sofra mutações de sono na tumba do teu amar?

 

O teu amor

é um purgatório

onde os sentimentos são nuvens

no inverno da tua paixão sepultada

no esgoto das tuas palavras frívolas.

 

Tornaste-me insignificante.

 

Quantos gritos mais

terei de soltar de mim

para que a carência da minha alma

te toque com voz de amor morto e acordes?

 

O teu adeus

é uma flor fresca

na murchidão dos teus olhos

de sonhos estrábicos onde não entro.

 

Estou a mais em ti.

Comentários

Data 09-10-2010
De Rita Monteiro
Assunto parabéns...é lindo

ola amigo... como sempre...amei...lindo poema,muito intenso e profundo...jinhos de luz

 

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