Vingo-me
em laias que passeiam
emproadas em poesia vil.
Vivo ao longo de mim a mil,
visto alarmes em velocidade cruzeiro.
Desprezo-me
num cinzeiro de ânsias fumadas…
… Sofrimento sem filtro.
Meus olhos
são o soutien da noite
que amamenta o meu vício sonhador.
Linhas me dividem
por imbróglios empolgantes
numa eutanásia perigosa que me imola.
Despisto-me
sobre a marquise intacta do céu
que bóia no meu pensamento negligente.
As horas são rastilhos
que me levam até ao ponto de detonação…
… Conhecer-me.
Eis que aguardo a saída humilhada,
ofendido pela metade do que sou incurável.
Estrondo poeira
que trava o pânico engomado
no meu fato pitoresco de talento.
Hábito escuro em âmbito de luz,
alvejado por loucura de pólvora seca
que não me mata mas também não me conduz.
Expludo,
ora nos destroços do que não fiz,
ora na obra feita que me fere as mãos de ânimo.
Acordo num barulho estragado,
estagnado numa lâmpada fundida…
… Aladinos indesejados.
Inspirações farpadas de tons góticos,
alargam o caminho do enfim amordaçado…
… Desabafo desabado.