Amenizantes suspiros ácidos
caem granizo amnésico
na eutanásia do pensamento.
Anestesiada noite
de vampírico enredo açoite
me suga os pulmões no ali do tempo
a pente zero.
Submissa escolta utópica
sem volta no manifesto do corpo
no gume masturbado das madrugadas
fechadas num fado de Coimbra.
Solitárias cordas
zarpadas de uma guitarra sem leme
em mar alto por onde me perco titeriteiro.
Robotizo-me em teias
que em mim rufam candeias às avessas
de voz rouca e parlapatona.
Louca ceifeira de zaragatas
com pés-de-cabra de gatas
a rachar-me os sonhos ao meio.
Numa metade
semeio o olhar afogado
ao fundo de um pote de insónias
trucidadas por horas de grito.
Noutra metade
mamo um seio de caminho sozinho
sobre pedras rezadas em rasos cactos.
Mastigo castigo
enraizado em orações cuspidas
serões fora neste agora de insípidas chuvas.
Gota a gota,
poleiros góticos ardem
em cinzeiros descuidados
quais Zés-ninguéns de carretos pedrados
num charco de rãs mudas.
Vozes quebram nozes
que rolam nas veias de um relógio de sol
cujos os ponteiros são sombras
em varandas voltadas ao nada.
Sorte de vidro nos andares da morte
por cabides suspensos em morada confiscada
à terra que me promete sete palmos.
Riacho abaixo
acende-se o facho da dor
ao queixo tagarelado de queixas
engavetadas num beco de poesia sem cais
no meu cair no umbigo do escuro.
Clarinetes sóbrios,
soprados ebriamente por vento
dilacerado num coreto de encrencas
onde tranco a criança em mim túnel demoníaco.
Seguem-me as mãos
num funil de unhas roídas
pelos labirintos da alma descarrilada
no cheiro podre da esperança.
Data | 01-10-2010 |
De | Magá |
Assunto | ui ...ui ... |
Meu Deus !! Quase entra em ... transe ...
Esta sua última quadra, mete medo ao susto ...
Veja se sai rápido dos «4 caminhos», porque além de tudo...trancar-se criança, num túnel demoníaco ... ai,ai,ai, !!!
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Data | 30-09-2010 |
De | Maria Carvalho |
Assunto | zzzzz |
Meu Deus ,de onde veio e para onde vai...tenho medo do medo e estou assustada com o seu...Está tenso.