Quem não se inventa não existe.

GRAVATAS DE POESIA

Afronto o vento
do amanhã que me aperta
o pescoço com gravatas de poesia
penteada por sonhos de nó mal dado.

Subo ao estrado
do presente aberto
num rompante atarraxado
ao olhar naufragado no passado
encadernado no meu livro mental.

Castigo-me
inspirado pela intensidade
do momento de pânico que se afoga
no carpimento das palavras fulgentes.

Palavras
que surtam em vão
no verniz estalado do meu sorriso.

Entre abas
de fantasias conspiradoras,
repelo-me mirabolante com poses
de sanidade insana que me embebe poeta.

Resvalo
pelo peso do meu corpo
em rotinas enfezadas de cigarro.

Caio
resposta de ar sofrido.

Caio insónia
em prosa dorida
de equilíbrio perdido
em auroras monótonas
que me empoleiram no tempo
contestado em tons apoquentados.

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