Quem não se inventa não existe.

IMORTALIDADE

 

A poesia é um espólio vertido

em palavras que são como que gavetas da alma

qual formigueiro se prepare para o Inverno.

 

Onde a chuva é fingimento

que corre por um rio de charadas

cuja nascente é numa montanha-russa louca.

 

Um rio de correntes

remadas por todos os sentidos

cuja foz é um céu de destinos bravios.

 

Destinos baralhados

num corrupio de desejos

qual Olimpo fosse tomado pelos amantes.

 

Um Inverno

onde o frio é solidão cuja madrugada

é um lençol de urtigas na pele.

 

É um espólio manuscrito

diante os olhos que escondem o silêncio

ao calha nos recônditos imaginários do poeta.

 

Diante o ouvido

da mente cuja melodia é um deserto

onde se abriga o pensamento das fúrias

do mar de ser.

 

Diante os sonhos

quando o poeta inventa tempestades

qual palma lhe esbofeteasse as faces.

 

Bofetadas de água fria

para que ele acorde pisando o real chão do ego.

 

Manuscritos raptados á boca

cujas falas são parágrafos à espera

de algo qual morto espere o juízo final.

 

Fins diante o corpo

onde cada poro é uma cave

cujo mofo são gritos tolhidos por desespero.

 

A poesia é um momento

onde cada palavra é uma mão

que se estende muda.

 

Uma mão desnuda

que se deixa abrir pelo olhar

de quem a segura qual anzol pesque tubarões.

 

Um poema

é uma mala de viagem

pelos textos da vida onde o poeta

conclui a voz sobre o infinito após cada vírgula.

 

Vírgulas cuja curva

é uma lua de venenos qual maça

acinzentasse o paraíso de sementes pecadas.

 

Onde cada árvore

é um verso de serpentes

cujo rastejar são lágrimas de amor.

 

Onde cada sombra

é uma procura de caminhos em prosa

de um só caminho acrobata, a imortalidade.

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