A solidão
é um suspiro fatal,
dado ao colo do olhar severo
por entre os males do sentir o vazio.
Estar só
é um massacre
do tempo a matar-nos,
arreigado em ímpias emoções
galopando num pedaço incerto de nós.
A tristeza
emerge em trono
deixado vago pela culpa,
que nos goza de vergonha
em beiço esbulhado por derrota.
A ausência
é um credo de saudade
que desperdiça a consciência
da distância do corpo ao espírito.
Os lamentos
são nevoeiros cerrados
que contrafazem caminhos
de canções esquecidas no útero do silêncio.
Os amores perdidos
descrevem overdoses de lágrimas,
narrando negrumes asperezas de desespero
até ao menosprezo do ego em transes de medo.
A paixão
é uma frente de fogo
que nos faz dançar noites zoo.
Mas quando extinta
é um inferno de delírios
resignantes em ritmo lento.
A depressão
é uma ferida mental
que descodifica os abismos
do ser sem lugar nos braços do sol.
Caímos então num luar cego
em teorias de suicídio basbaque.
Somos tão tolos por sofrer!
Sonolência.