Dos dizeres
que deixas entrar em ti,
sinto o sopro de um amo-te.
Entro em ti
como que um grito em rumor
ecoasse as nossas vozes no infinito.
Tudo em mim
te fala de amor com amor.
Meus olhos,
dizem-te em tons
de aurora primaveril o amor
que desabrocha nos nossos lábios.
Podes ler
depois de cada beijo
o meu prazer no rosto em poema.
Nas minhas feições
de amante sentirás a volúpia
galante dos astros no nosso âmago.
Minhas mãos
ao passearem pelo teu corpo,
dizem-te em que fonte de carinho
nasce o voar das borboletas do meu toque.
Meus braços,
dizem-te com que vontade
exercitas o músculo do meu desejar-te.
Quando te olho com amor não te vejo.
Apenas me sinto
nos teus olhos a olharem-me.
Sinto-me
como que se fosse o sol
quando brilhas a olhar-me.
Tudo em mim
te olha quando me olhas.
Nem
que todos os escuros
do universo dancem à nossa volta,
ver-te-ei nos meus clarões interiores.
Nem
que todos os barulhos
do mundo se baralhem em nós,
escutarei só a ti por entre qualquer multidão.
Serei o homem
que tu escolhas com amor
para partilhar esta felicidade.
Só tu sabes
ao que sabe o estremecer
da minha pele que teu corpo
me despe com arrepios de fogo.
Só tu sabes
como sei saber
o sabor da tua pele nua
que me veste de trajes veraneantes.