Saber-te triste
é inspiração negra
no adormecer da lua cinzenta.
É ver ruir as fragâncias
dos meus sentimentos e vibrar
num debate com patentes de amor e ódio.
Condeno a minha culpa
hibernando impotente.
O sol chora
lágrimas de saudade
sobre o meu peito imerso de solidão.
No meu olhar
desabrocha uma flor murcha,
despertando o nevoeiro à minha volta
entre aspas zangadas com as estrelas
que rogam à minha infiel paz,
que em mim jaz onde o sonho brota
sorrisos num virar longe
que me estagna em sementes de ausência.
Fica muda e fria
a noite em mim,
a madrugada é escriva
do norte sepultado na tua dor.
O lugar quente da minha alma
és tu.