Quem não se inventa não existe.

INSPIRO-ME DE FRIO

A alma
perfuma-me a carne
com saliva esquartejada
por sofrimento escondido
no meu sofrer fingido e só meu.

Inspiro-me
de frio pelo odor
de um farol esquecido
no fundo do mar que afogo trémulo
nas ruelas desertas das minhas mãos.

Soluçam
sentimentos desnivelados
num poço de janelas que me roubam
o luar febril da adolescência anestesiada.

Vacilo
num suspiro gótico
que desanexa a poesia
num rol de murros soqueados
numa parede turva por entre golpes
de uma poeira estilhaçada ao vento desafinado
na calçada escorregadia que piso desarrumado de mim.

Desabafo
fios de dor pendurada
num coração de pedra oca
que faz ricochete no eco das minhas náuseas
de poeta louco entre margens da realidade e o sonho.

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