Quem não se inventa não existe.

LUARES SÃO MADRESSILVAS

Flores

são pedras roubadas

ao acto de amar num jardim

de poemas em branco.

 

Beijos são chicotes.

 

Olhares

são mantos vazios,

prantos de amor num corpo por preencher

qual lepra fosse o nome da paixão.

 

Carícias são ventos.

 

Palavras

são grãos de areia

atirada aos olhos qual pó dançasse

num suspiro carente.

 

Abraços são saudade.

 

Promessas

são pântanos à sombra

de um mar vazado nas veias

de uma cicatriz nocturna.

 

Mãos são adeus.

 

Sonhos

são estátuas de dor

em lágrimas gélidas

que enjoam o rosto com fel.

 

Corações são pianos silenciosos.

 

Estrelas

são prostitutas

de um chão escorregadio de ruas sem sol.

 

Luares são madressilvas.

 

Músicas

são poços cujo seu fundo

é um grito de ais feridos.

 

Musas são túmulos de desejo.

 

Lábios

são passerelles inóspitas

por onde desfilam penumbrosas lembranças.

 

Esperanças são veneno.

 

Vozes

são pontes

entre os ouvidos da multidão

que deambula num espelho sem reflexo.

 

Solidão é pardacenta.

 

Ecos

são cruzes de sentimento

crucificado ao pensamento

qual carrasco se apaixonasse pela morte.

 

Amor são desfiladeiros idiossincrásicos.

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