Quem não se inventa não existe.

MADRUGADA INFINITA

A noite
é um ser vivo
que me assombra,
é o alimento do meu desejo.

Sonho-me
perdido no frio
ao encontro das estrelas
na minha madrugada infinita.

Ouço a voz
que ecoa vazia
no ricochete do silêncio
que me ocupa o escuro sólido.

Faço-me fogo
num afago ao medo
que lampeja sem nome,
nas águas turbas que beijam
as margens da insónia do meu ser.

Acordo-me
no pó dos suspiros
das minhas mãos entretidas
a acariciar o nada que traz o meu olhar
ao colo de uma carência que me amarra com nó de saudade.

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