Quem não se inventa não existe.

MARASMO DE PROFUNDOS

De que te ris tu ó Mar?

Tu,
ó Marasmo
de profundos
que te julgas ileso
à lâmina dos meus versos,
que te esventra num só grito
de ilhas deturpadas por musas ausentes!

De que te queixas tu ó Sol?

Tu,
ó Serpente
de mil fogos
que indagas frio
na lápide das sombras,
onde sou cacto de tristeza
que te degola nos infernos de mim
poeta num só arrepio de palavras mortas!

Porque choras tu ó Lua?

Tu,
ó Vaidosa nua
que de mim levas
o sorriso rasgado por trevas,
que te fazem mulher no eclipse do olhar
crucificado no luar a meus pés de areia movediça!

Cala-te tu ó Alma!

Tu,
ó Vadia
sonâmbula
que o silêncio trazes,
cantado nas minhas mãos de ilusão
que só tu sentes ó Egoísta parábola dos dias!

Que me pedes tu ó Corpo?

Tu,
ó Estúpido
que a noite soas
pesadelo a cada esquina da voz
que te antecede lento o desejo da carne,
afugentada da tua poesia ida algures sem eco!

Para onde me levas tu ó Vento?

Tu,
ó Carrasco
do tempo névoa,
que me falas ao rosto
vendavais de pedra esculpida
nas minhas infames lágrimas de amor.

Quão morres tu ó Eu?

Tu,
ó Cardápio
das correntes do rio
que te afoga os fôlegos loucos
no lúmen de uma vela de solidão
que levanta do chão poeira dissentida!

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