Quem não se inventa não existe.

MÁS HORAS EM PÃO DE BARRO ABSINTO

Grito vezes acontecidas,

perdidas em múmias sem forma.

 

A sombra chega à tonelada dos seus frios,

arrepios sem rosto tomam o gosto ao caos.

 

Gerúndios agitam os verbos da alma,

calma percussão de obsceno insaciável.

 

Sejam sonhos

desmesuradamente mero capricho,

seja beijo de bicho que nos assola pesadelo.

 

Rival dos ponteiros do relógio,

o sinónimo das lengalengas é um de repente

ilusão arrancando aos olhos o sigilo.

 

Falsas farsas impacientes

em papelinhos amachucados,

quebrados silêncios tecem mantos de teimosia.

 

Falésias alegram

retrógradas tertúlias,

fúrias de mão desarmada

cerram a vista dolosamente.

 

Mordaz seiva

escoa da voz fissuras de dor,

amor de violino vinagre em datas idas.

 

Âmagos beligerantes

embirram o tempo vertido

em palavras de estrada qual fada nua

seja o lapso da noite.

 

Matraquilhos

de pensar opíparo

são emoções de tasca vazia,

utopia pingue-pongue de vozes enigmas.

 

Faces com saco de boxe maquilhado,

bigornas de silêncio amolgado na boca.

 

Tonas onde se ouve

a distância da vida envelhecida,

pervertida rara têmpora em tempestades

de orelhas moucas.

 

Más horas em pão de barro absinto,

labirinto de esquinas viradas ao avesso.

 

Destino de leituras sim cósmicas,

cómicas coordenadas em rito não.

 

Arrufo de consciência drenada do acaso,

azo a moinhos de água endurecida por olhares

de velocidade clandestina.

 

Corpos empunham lápis

de carvão analfabeto ao peito,

ceifeiras na alma a eito anemofobiam ais

num cais promíscuo. 

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