Medito sem altivez
abrindo os olhos para o que me circunda o peito
e me enche a paisagem de amizade.
À sua alma amiga
que dança a vida ao vento,
um bem-haja de alegria pura aos seus olhos.
Amigos
são pássaros que cantam
cantigas de amor que entendemos,
ouvindo e guardando nossos segredos
que nos aperfeiçoam inocência e instinto de paz.
As multidões
vivem ao mesmo tempo
e você está em cada uma das minhas dimensões
neste mesmo tempo que partilhamos a poesia do ser.
Henrique Fernandes
Sou a indiferença castrada até ao último segundo
mas, vejo-te num recanto do meu olhar
solto, leve, muito leve, a baloiçar
Tenho-te em mim
na certeza exacta de um momento só nosso
em versos fustigados pela força dos ventos
Circunda à volta do mundo
um poema antigo
proclamado por todos os poetas do Universo
e o teu rosto circunscrito na clara luz que se refaz
Somos um só na poesia do tempo
registo nas memórias trazidas pelas marés
declamada já nas madrugadas
e um só desejo que me cobre o corpo…
(deitar-me num beijo teu)
Matilde D’Ônix em dueto com Henrique Fernandes