Vou
em silêncio
sem me mover,
por trevas que roçam
as sombras do passado.
Enrijo a alma
nas cavernas do céu
abalado pelos meus erros.
Além
das estrelas,
todo o resto é deixado
a secar à luz de novos desejos.
Por
detrás de mim
fintam-se águas
contra o frio meditado
nos casulos da memória,
onde já não me lembro de mim.
Entro em mim
relâmpago ao avesso,
toando o quanto de mim esqueço.
Cedem-me
as pernas à distância
onde jejua a minha vontade,
veemente ajustada à imortalidade.
Passo a passo,
expulso o amanhã do corpo
enrolado em mortalhas de ilusões,
que fingem ser de lã mas são carne
das nortadas nuas à superfície da realidade.