Quem não se inventa não existe.

NÃO SEI DE TI NESTE MATAR-ME

Não sei de ti
neste matar-me
no precipício das noites
em que me deixas cão sem dono.

Minha alma
é um Domingo estragado
neste amor que já não acontece.

Estou morto no pôr-do-sol
de uma qualquer vadia sem sepultura
para que chores a minha ausência.

Tão morto que ouço
a escuridão da minha voz
a chamar a tua surdez de lençóis frios.

Morro no pranto do luar
que deixaste na nossa cama vazia.

Nessa cama
restam pesadelos,
sujos pelas lágrimas
que honram as facadas da tua tristeza.

Nossos beijos
ficaram tardes de eclipse
no desastre da saudade em ruas de ciúme.

Teu corpo
é um busto de sombras
que rejeita a luz do meu desejo.

Converteste a minha entrega
em distância que tua dor espanca.

Teu sorriso
dorme no inferno frio
de lâminas sonâmbulas
no pulso de um poema rasgado.

Labaredas já sem cor
carbonizam o meu olhar acossado
pelos anéis de Saturno para me enforcar.

Ainda te espero
naquele ontem das rosas que te dei por amor.

Onde estás?

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