Anímicas entusiastas
desdenham as abas elásticas
do absoluto rejeitado por ilustres pensadores.
Filosofias desfiadas
desfilam desfeitas a todo o vapor
nas rectas finais de emoções irreflectidas
por tentações incondescendentes na vida do corpo.
Meditações extinguidas
no cais da razão amolecem as pedras duras
do tempo incompreendido na consciência das rugas.
Nos bastidores da água,
sentidos com nódoas de sombra
sobem ao palco do rosto com lágrimas,
infiltradas nas papas da língua desafiada
ao acaso na mente mingua na proa de voos fantasmas.
Raso juízo
de faros surdinas nocivam
gritarias de pequenez ofendida
pela gula gananciosa que embala a aparência.
Cabeças elitistas
dissertam vozes de ódio
jazido num pódio maduro
de onde desertam as crianças
desperdiçadas pela inculta façanha adulta.
Religiões de disparate
sonham ilhas de sanatórios irónicos
nas palmas das mãos abertas impudentes
ao golpe da sorte ensanduichada em fendas de azar.
Prognósticos zero
aculturam ousadias magras
na nudez muda do calendário
grafado nas visões dos profetas
sobre derrocadas da parábola social.