Quem não se inventa não existe.

O TEU NÃO

O teu não
é uma cortesia fúnebre
que me ensombra as palavras.

É um garrote
de serpentes venenosas
que me estrangula a boca com silêncio.

É um ninho de rejeição
que me ata as mãos ao nada.

É uma mesa vazia
onde a fome canta cantigas
que me ensurdece de tristeza.

É uma fonte
que jorra ignorância,
ensopando-me de socorro
nos braços de outra qualquer.

É uma teia de nojos
que me enjoa as noites
enfarpeladas de estrelas frias.

É uma recusa
de flores pútridas
num jardim de distâncias
que usas para me evitar no teu corpo.

É um beijo
de gelo sem sabor
que me paralisa o sangue da fogueira
que apenas resta fumo negro no meu corpo.

É um espaço oco
de um universo sem ar
que me sufoca a voz com zumbidos
de carências às moscas neste lixo de emoções.

É um adeus
à boleia de um olhar áureo
que me leve ao abismo do fim
baptizado no teu não que me afasta.

O teu não.

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