Quem não se inventa não existe.

ODISSEIA DO SEXO

Um corpo.

Inolvidável grito,
devoluto da alma até o inferno
num vaivém de tempestades e bonanças.

Tempestades
envenenadas por fôlegos
em coma motriz do pesar icástico na voz.

Bonanças naufragadas
em empurrãozinhos dos sonhos.

Voz de anatomias mortais.

Sonhos entre vidas desfocadas
e mortes que se matam umas às outras.

Vidas presas em teias
de lugares indisponíveis.

Mortes tomadas pelas rédeas do destino.

Lugares deixados vagos,
por inconvenientes loucos
com loucuras convenientes.

Destinos de urgências astrais
melindrando os passos imortais.

Loucos aliados ao altar das guerras
no cimo das escadas do pensamento.

Passos calçados
com malas de nada à boleia
insossa da lua-cheia para nenhures.

Pensamentos
de fardos de palha
saciando lazeiras aos burros.

Nenhures alegres
em algures tristonhos
na algibeira rota dos olhos.

Lazeiras de joio
separado ao trigo moído
em moinhos ao vento dos poetas.

Olhos
de mãos rechonchudas
que lavam entre si outras mãos
com adrenalinas fugazes sem ápice.

Poetas zângãos
do mel das musas nocturnas.

Coreografias de papoilas
lidas em tropéis de beijos.

Adrenalinas
de lusco-fusco armadilhado
de vultos rasos voltados ao avesso.

Volumes hospedados
nas auroras do passado.

Beijos de Diabo galardoado
com âncoras na odisseia do sexo.

Dois corpos.

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