Quem não se inventa não existe.

POEMA DEPOENTE

Poemas
são depoentes de porém,
de quase é,
de questões por ser.

São episódios ao acaso, ao avesso.

São confrontos verbais
entre a loucura que nos fascina ou apavora.

Poesia é imprecisa,
é enrugada e lisa,
concisa em suma fantasia negociada
entre o que está escrito e o que se lê.

Também é o que não se lê no escrito.

Poesia não é o que se vê,
é o que se sente por acidente ou propósito.

O poeta é relator
de essências tuteladas por saber oportuno,
de aparências em auge misterioso.

Poesia cura a alma, conhecimento.

Adoece os olhos com sobrolhos franzidos
desconcertadamente.

A inspiração é uma tômbola de sorte,
é adversária da morte.

É discordância de interpretações,
é importância das visões,
é existência de emoções.

Poesia é tensão, tesão, soberania, utopia.

Escrever é guerra,
é paz na terra de ninguém,
é flor de alguém.

Poesia é obsessão em rodapé perdida,
é ilusão de pontapé sofrida,
pronúncia fingida, voz inconfluída.

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